quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Trabalho em rede (7ª semana)

Unidade 2 - Educação comunitária, saúde e cidadania
Disciplina: Educação comunitária e para a cidadania
Semana 7 (04 à 10/12)

Como última aula da Unidade II do curso de especialização Ética, valores e cidadania na escola, a Profª Patrícia Grandino da EACH - USP, trouxe uma discussão sobre a importância do trabalho em rede.

Para iniciar o debate se faz necessário entender o contexto contemporâneo e as tensões existentes. No século XXI somos bombardeados por inúmeras informações, com isso o nosso ritmo de vida é frenético e extremamente competitivo, surgindo assim tensões, como:

- Cultura de massa X cultura local => perde-se o caráter individual, em contra partida busca-se a valorização da identidade através da cultura local e dos grupos.
- Tradição X modernidade => a grande evolução e acesso aos meios de comunicação em massa como internet, TV, etc., levaram a facilidade da informação e trouxeram contextos novos, que vivem em paradoxo com a tradição.
- Competição X igualdade de oportunidades => falta de oportunidades igualitárias leva a uma competição destrutiva, mesmo esta podendo ser positiva e incentivadora.

Sendo assim, comunidade pode ser definida como realidade social que garante a permanência de laços sociais mais estreitos, isto é, locais de afirmação da identidade de seus grupos. O convívio nessas comunidades traz uma maior identidade do indivíduo com relação ao grupo, havendo ali a presença de afeto e sentimento gerando potencialidade de solidariedade.

Em suma, o trabalho em rede se torna importante e necessário, como forma de alternativa para um ensino de qualidade, potencializando outros recursos da comunidade, fortalecendo a implicação dos diferentes atores de uma comunidade, problematizando as questões emergentes da comunidade coletivamente e identificando estratégias de enfrentamento compartilhadas.

Um ótimo exemplo desta ação é o projeto Uh-Batuk-Erê, apresentado pelo Profº Edson Azevedo e realizado numa escola da rede municipal de São Paulo, na zona norte do município.

Ao avistarem os problemas de preconceito e identidade que os alunos e a comunidade apresentavam, os professores começaram as discussões que levaram a intervenção através de um projeto artístico, buscando com isso, um diálogo com os alunos, levando em conta toda a multiculturalidade existente neles e na sua comunidade. Tal iniciativa foi dividida em frentes:

1) Frente de formação e oficinas;
2) Fóruns comunitários;
3) Trilhas culturais => perceber os pontos positivos e negativos do entorno da escola;
4) Trilhas de observação => perceber as necessidades do entorno da escola;
5) Apresentações => internas e externas;
6) Protagonismo => jovens assumindo o papel de agentes das ações.

As conquistas com este projeto foram inúmeras, como: menções honrosas, diálogo permanente com os alunos e com a comunidade, mudanças na relação com o grupo, redução do preconceito, entre outras. O Profº Edson deixou clara a mensagem de que a Educação tem responsabilidade comunitária.


# Vivência
Gostaria de utilizar esse espaço, esta semana, para elogiar as práticas apresentadas no decorrer deste curso de especialização. Sem dúvida elas deram ânimo a minha vida profissional, mostrando que pode ser difícil a sua realização, mas não impossível.
Em especial nesta disciplina Educação comunitária e para a cidadania, minha experiência profissional foi quase nula, na verdade nunca havia pensado nestas possibilidades, nem as escolas as quais tenho contato. 
Chego a conclusão, que indiferente da classe social, o entorno da escola, a comunidade em que está inserida é de extrema relevância para o processo de aprendizagem das crianças e/ou adolescentes.




# Bibliografia
Vídeo-aula 25: Relação com as comunidades e a potência do trabalho em rede
Vídeo-aula 26: Uh-Batuk-Erê: Uma ação de comunidade
GRANDINO, P. J. Atenção em rede: O psicólogo e a comunidade.

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