terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Educação não formal (4ª semana)

Unidade 2 - Educação comunitária, saúde e cidadania
Disciplina: Educação comunitária e para a cidadania
Semana 4 (13 à 19/11)

Nesta disciplina, prosseguimos estudando como é possível tornar a escola viva e ativa na sua comunidade. Na 4ª semana a Profª. Sonia Castellar da USP, veio mostrar a cidade como projeto educativo, isto é pensar que há várias formas de se analisar a cidade, trazendo assim, diferentes atividades para o desenvolvimento dos alunos.

Sonia reafirma a ideia de cidade educadora, local onde haveria diferentes níveis de interpretação a cerca das inúmeras questões desenvolvidas no âmbito de convivência do bairro, da rua, do entorno da escola. Busca, com tudo isso, trazer maior realidade à educação, saindo da superficialidade das disciplinas e tendo a dimensão de todas as partes do lugar, possibilitando, ainda, que o aluno comece a relacionar a realidade com às disciplinas da sala de aula.

Pensando nisso, a professora sugere como instrumento de trabalho a cartografia, trata-se de um recurso, que somado às características do local analisado, pode ajudar nas interpretações e no "desenho" das diferentes atividades, problemas, entre outras especificidade do lugar.

Tudo isso, para levar à chamada Educação não formal, trata-se da educação para além dos muros da escola, no seu entorno, nos seus espaços de cultura e lazer, nos diferentes projetos que existem para gerar conhecimento e cidadania.

Para ilustrar esta discussão coloco aqui partes de uma carta escrita, no século XIX, por líderes indígenas na Virgínia em resposta à proposta dos brancos de estudarem na cidade.


“Nós estamos convencidos de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes de ver as coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa. [...]
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas quando eles voltaram para nós eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam muito mal nossa língua. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles homens.”

(Século XIX – Líderes indígenas – Virgínia)

Com isso, fica claro que a ideia de educação para além dos muros da escola é antiga e necessária até hoje, pois há inúmeras coisas que são aprendidas no dia-a-dia, nas trocas, nas relações, na cultura.


# Vivência
Mais uma vez me deparo com o contexto da escola particular, tratando aqui aquelas que tive contato no decorrer da minha vida profissional, e me sinto distantes desses pensamentos tão importantes ao desenvolvimento dos alunos.
Não vejo a importância no entorno, na verdade tive contato com atividades que estudaram o entorno como exemplo daquilo que foi dito nos livos, mas não com interesse de tornar aquilo parte do processo e da aprendizagem da escola.
Tive, ainda, oportunidade, de acompanhar um projeto que dava assistencialismo aos moradores do entorno do colégio, que vale ressaltar era de um nível social muito inferior ao dos estudantes da instituição, mas ao longo de todo o projeto (desenvolvido anualmente), não vi em nenhum momento a preocupação em perguntar para a comunidade quais as suas reais necessidades e vontades, na verdade tudo já era pré programado pelo "achismo".




# Bibliografia
Vídeo-aula 13: A cidade como projeto educativo
Vídeo-aula 14: Cartografia e representação de lugares
¡
Vídeo de apoio: Educação não formal
Texto: Lugar de Vivência: a cidade e a aprendizagem
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. Editora: Ática, São Paulo, 2008.

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