domingo, 30 de outubro de 2011

Bullying (7ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 7 (17 à 23/10)

É inquestionável que reconhecer a realidade dos sujeitos e da comunidade ajude no trabalho dentro das escolas com as estratégias de projetos e todos os recursos apresentados até aqui na plataforma do curso de Ética, Valores e Cidadania na Escola.

A questão é que vem crescendo de forma positiva o olhar sobre o bullying, isso não quer dizer que tal "fenômeno" não existia, pois há estudos desde a década de 80, o fato é que no Brasil as pesquisas são recentes e começaram em 2003, fazendo com que houvesse maior preocupação com as suas consequências.

Bullying é uma palavra inglesa por não ter significante na língua portuguesa, e trata-se de todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem nos diferentes âmbitos sociais.

"Excluir, humilhar, expor e todas as variantes dessas atitudes de violência moral ou bullying são experiências inevitáveis e nada pode ser feito a respeito." (Kátia Pupo)
Essa citação refere-se aos comentários dos alunos sujeitos da pesquisa realizada pela Profª Kátia Pupo, que critíca e se preocupa com a passividade e a normalidade com que os estudantes olham, praticam e sofrem de bullying. É por isso, que é de extrema importância os estudos e as ações referentes a este assunto.

O primeiro passo é diferenciar brincadeiras de mau gosto de bullying, este possui na sua maioria as seguintes características:

- Ação repetida e intencional
- Ação prolongada
- Não há motivação
- Desequilíbrio de poder, quem sofre não tem força para reagir

O segundo passo é observar para poder identificar os agressores e as vítimas, já que são várias características juntas que definem um ou outro e não fatos e sinais isolados. Sendo assim, deve-se ter cautela para não confundir "excessos" com a prática de bullying.

O Ciberbullying é outra forma desta prática que usa dos meios de comunicação para realizar agressões ao outro, o seu "poder" é mais amplo, pois o seu efeito é duradouro e irrestrito, devido as características da internet.

As consequências de todas essas práticas, em sua grande maioria, é o isolamento da vítima, a queda de rendimento, fobia, além de diversos transtornos afetivos. Podemos e devemos intervir através da conscientização, sensibilização da comunidade, formação de um ambiente de confiança e de solidariedade, apoiar e protejer as vítimas, estabelecer de forma clara as regras e os limites.

Mais do que tudo isso, é preciso ficar atento para poder intervir nessas práticas, para que futuramente os nossos alunos não se tornem assassinos como nos casos do Rio de Janeiro e dos EUA, que tratava-se de vítimas de bullying, as quais possuem como uma consequência o desejo de vingança.


# Vivência
Lendo as possíveis características dos agressores e das vítimas identifiquei em dois alunos de 6 anos, possíveis sujeitos da prática de bullying.
1º) Um deles tem o hábito de mentir sem qualquer arrependimento ou medo, provoca os amigos repetidas vezes e faz isso com aqueles que tem menos paciência e maior agressividade.
2º) O outro tem comportamentos explosivos, chora muito, se ofende com qualquer tipo de brincadeira, e dessa forma sofre muitas brincadeiras que não gosta.
Sei que eles são muito novos, mas percebo que há uma possibilidade, por isso, talvez, se faça necessário uma intervenção através de atividades e conversas desde agora, para que eles não sofram posteriormente.

# Bibliografia
Vídeo-aula 27: Práticas de cidadania
Vídeo-aula 28: O Fenômeno do Bullying
KOCHEN, Silvia. Os disfarces da malvadeza humana. Site: www.sescsp.org.br/sesc/revistas-sesc/pb

Estratégia de projetos (7ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Temas transversais e projetos
Semana 7 (17 à 23/10)

A essa altura do curso, já está claro que a estratégia de projetos é uma alternativa concreta para uma transformação na escola e no processo de ensino-aprendizagem. O profº Ricardo Pátaro exemplificou quais seriam os passos que ajudariam na realização de um projeto.

1) Grande tema: escolha do tema feita pela escola ou grupo de professores, exemplo: alguma trecho retirado do Direitos Humanos, etc.

2) Aproximação ao tema: parte de extrema importância, pois é o momento em que o professor leva o assunto até os alunos, através de informações, revistas, jornais, excertos, etc.

3) Escolha da temática: realizada pelos alunos a partir das discussões realizadas na aproximação do tema, exemplo: dentro do grande tema, a temática ser o trabalho infantil no Brasil.

4) Perguntas do projeto: elaboração das perguntas, ou seja, o que os alunos querem descobrir a cerca desta temática.

5) Planejamento docente: conteúdos trazidos pelo professor (disciplinas), claro que na prática o planejamento pode sofrer alterações de acordo com a necessidade dos alunos.

6) Busca de respostas: com ajuda dos conteúdos o registro dos levantamentos feito pelos alunos no início do projeto.

Tal estratégia promove a maior participação do aluno, já que ele ajuda na escolha da temática e, portanto, desenvolve um maior interesse em descobrir os questionamentos realizados. Além de desenvolver as redes, que é a ligação das diferentes disciplinas em um tema transversal, trazendo maior realidade aos conteúdos estudados pelos estudantes e a comunicação entre as diferentes especificidades.





# Vivência
Infelizmente não tenho relatos positivos sobre isso, pois em nenhum projeto o qual participei foi questionado ao aluno o que ele achava.
Talvez porque nós, adultos, acreditamos que as crianças e adolescentes não saibam o que é melhor para elas mesmas, mas que absurdo... por acaso você já viu alguma criança, maior de 5 anos, pegar uma faca e cortar o próprio dedo?
NÃO, então porque achar que ela não sabe escolher o que ela gosta ou deixa de gostar?


# Bibliografia
Vídeo-aula 25: Estratégia de projetos e a construção da rede
Vídeo-aula 26: Estratégia de projetos e educação em valores
PÁTARO, Ricardo Fernandes. O trabalho com projetos na escola: um estudo a partir de teorias de complexidade, interdisciplinaridade e transversalidade. Campinas, 2008. Tese de Mestrado – FE-UNICAMP.

Escola Comunitária de Campinas (6ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 6 (10 à 16/10)

Nesta semana ao estudar as Assembléias escolares e a diversidade cultural, o que mais prendeu a minha atenção foi o exemplo concreto mostrado pela Escola Comunitária de Campinas, por isso optei por pesquisar e conhecer melhor esta instituição de ensino que já foi utilizada pela segunda vez como exemplo neste curso.

Pesquisei a sua história:


"Antes de existir uma estrutura de funcionamento, havia um grupo de educadores que trabalhava com uma proposta pedagógica diferenciada. Proposta fundada numa concepção filosófica e política bastante ousadas. Nosso aluno deveria ser o sujeito do processo educacional e não um simples receptor de informações.

Questionada por alguns segmentos da sociedade, nossa equipe de professores percebeu que, para levar adiante o seu projeto educacional, havia necessidade de uma estrutura administrativa autônoma e democrática, em que todos estivessem envolvidos com o processo.

Um grupo de pais, que conhecia e acreditava firmemente no trabalho desses educadores, decidiu criar uma nova estrutura administrativa que pudesse dar suporte ao seu projeto pedagógico.

Fundaram, em 1977, a Sociedade Comunitária de Educação e Cultura."
(site: www.ecc.br)

Pesquisei seus objetivos:


"Interna- cuidar para que seus alunos participem inteiramente do processo ensino-aprendizagem e que se desenvolvam como pessoas, a partir do conteúdo das diversas ciências, das habilidades de pensamento, dos valores e atitudes trabalhados.
- cuidar para que os pais participem do processo educacional dos seus filhos.
Externa

- dar oportunidade para a formação de profissionais que contribuam para a área da Educação.
Uma das formas de atender a esta missão é o Centro de Estudos que promove oficinas, cursos, workshops para os professores da Comunitária e para os de outras Escolas."
(site: www.ecc.br)

Relembrei os projetos transversais partidos dos problemas da própria comunidade e relembrei as Assembléias (de classe, de ecola e de docente) apresentada na vídeo aula. Mas do que isso, queria entrar a fundo para entender aquilo que o Ulisses disse e que eu concordo "Não se trata de uma fórmula mágica, mas sim de um exemplo que deu certo e teve consequências positivas".

Tudo isso, porque precisava entender melhor a infra estrutura deste Colégio para não colocá-lo em meus pensamentos como "divindade", a verdade, na minha opinião, é que se trata de uma Escola com uma ótima infra estrutura, um trabalho de muitos anos e uma equipe pedagógica bem destribuída e organizada, mas ao mesmo tempo atinge, pelo que pude observar, uma camada social de classe média e alta.

Não falo isso como forma de crítica, até porque não conheço a fundo o trabalho desta instituição, o que vi foi o site e os exemplos apresentados por este curso, e nestes exemplos pude observar umtrabalho preocupado nos problemas da realidade da comunidade, na verdade tive esta impressão (classe social) a partir do valor das mensalidades. A questão é que percebo e reafirmo que os modelos são bons para nos dar força e incentivo, mas não para serem reproduzidos, pois problemas, "clientela" e perfis diferentes vão ser únicos em cada escola e cada lugar.

Mesmo assim deixo registrado aqui o meu PARABÉNS as atividades bem destribuídas e trabalhadas nesta escola, que pretendo um dia conhecer pessoalmente, pois já me tornei grande adimiradora.
# Vivência
Hoje só consigo pensar no futuro e nas possibilidades que estas ações podem trazer... quem sabe uma vivência em breve...



# Bibliografia
Vídeo-aula 23: Assembléias escolares e democracia escolar
Vídeo-aula 24: Diversidade/pluralidade cultural na escola
ARAÚJO, Ulisses F. Resolução de conflitos e assembleias escolares. Cadernos de Educação | FaE/PPGE/UFPel. Pelotas [31]: 115 - 131, julho/dezembro 2008.
PUIG, J. "Democracia e participação escolar", Ed. Moderna, 2000.
ARAÚJO, Ulisses F. "Assembléia escolar – um caminho para a resolução de conflitos", Ed. Moderna, 2004.

Sentimentos e afetos (6ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Temas transversais e projetos
Semana 6 (10 à 16/10)

"(...), uma formação que visa à construção de valores de democracia e de cidadania não pode, em nossa opinião, ignorar os problemas pessoais e sociais vividos por seus atores, mas conceder um lugar relevante às relações interpessoais." (Arantes e Haertel)
É com base neste parágrafo que inicio as reflexões desta semana, pensando sobre os sentimentos, os afetos e as questões de gênero como temas transversais nos âmbitos escolares.

Para que isso aconteça é de extrema importância trabalhar alguns conceitos como:

- Valores: trata-se da interação do sujeito com o outro e com o meio.
- Autoestima: é auto imagem que o sujeito forma de si mesmo, relacionada ao sentimento.
- Autoconhecimento: processo de auto regulação que vai contribuir com a auto-conduta, trata -se de perceber "si mesmo" para a sua conduta.

Ao observar tais conceitos se torna evidente que trabalhar o afeto, o sentimento e as questões de gênero são tão importantes quanto trabalhar História do Brasil, Matemática e Português. A formação das crianças e dos adolescentes como cidadãos deve partir dos relacionamentos interpessoais que eles possuem todos os dias dentro e fora da escola.

Sendo assim, transformar os sentimentos em objeto de ensino e aprendizagem fará com que as vivências das crianças sejam o ponto de partida e, porque não, o ponto de chegada do processo de ensino e de aprendizagem.

"Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste..."
Vinícius de Moraes

Nós, seres humanos, somos isto uma TEMPESTADE de sentimentos. Se pessoas adultas e com mais experiência não sabem, muitas vezes, lidar com isso, como crianças e adolescente no processo da sua formação vão lidar com este turbilhão de sentimentos sozinhos?



# Vivência
Costumo em todos os inícios das aulas, no 1º ano do Ens. Fundamental I, conversar com os meus alunos sobre o dia, o final de semana, perguntar se está tudo bem e contar um pouco do que aconteceu comigo também.
Percebo que eles adoram ter a oportunidade de falar e contar sobre a vida deles e que muitas vezes preferem conversar do que brincar.
Penso que se eu tenho a necessidade de "colocar pra fora" tudo aquilo que me move de alguma forma, por quê eles não teriam a mesma necessidade?

# Bibliografia
Vídeo-aula 21: Sentimentos e afetos como tema transversal
Vídeo-aula 22: Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de gênero no cotidiano escolar
ARANTES, Valéria Amorim e HAERTEL, Brigitte Ursula Stach. Gênero, ética e sentimentos: A resolução de conflitos no campo da educação. 

sábado, 29 de outubro de 2011

Dos filósofos gregos até nós (5ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 5 (03 à 09/10)







"Os homens se tornam virtuosos devido a três fatores, e estes são a natureza, o hábito e a razão" 
Aristóteles



A discussão sobre a ética como uma das funções da educação e da formação do cidadão é antiga e já era discutida entre os filósofoa gregos, que acreditavam na virtude como uma característica hereditária, como a cor dos olhos, dos cabelos, entre outros.





Exemplo: Aquiles, guerreiro e heroi, com características hereditárias de força, caráter, etc.






A discussão dos pensamentos dos filósofos gregos com relação a ética é extensa e aqui será "representada" por Aristóteles, Sócrates e Protágoras.

Sócrates acreditava que somente uma pessoa apta e mestre nessas qualidades poderia lecionar as virtudes de um ser humano, mesmo assim, o filósofo não descartava o fato de tais qualidades serem originadas pela hereditariedade, já Protágoras acreditava que a ética é uma prática social sendo um trabalho de todos, isso quer dizer, que os valores não são dissociados em disciplinas.

Tudo isso para dizer que hoje a escola se preocupa mais com os valores, porque agora a escola é "para todos". Neste sentido, as instituições educacionais lidam com "problemas" que julgam indisciplinares, um deles é a violência que podemos separar em três tipos:

- Violência com a escola => degradação, "ataque" aos professores, entre outros.
- Violência dentro da escola => o motivo é de fora da escola, exemplo: uma discussão numa festa.
- Violência da escola => promovida pela escola.

Devemos olhar, ver e reparar tais situações e junto com os alunos, coordenadores, diretores, professores procurar soluções e alternativas, e assim, perceber que castigos, gritos, agressão verbal, são violências simbólicas que afetam e agridem o ego dos alunos.

Em suma, o processo de ensino-aprendizagem é conflitante e exige mudanças de comportamento, é preciso trabalhar os valores, a ética e a moral não como forma de disciplina, mas como construção conjunta. Não é tarefa fácil, porém olhar para as nossas próprias ações e diminuir a crítica ao outro já é um grande passo, pois com os erros podemos crescer e melhorar.




 
# Vivência
COMO SOU FALHA => separei a classe em turma 1 e turma 2 (alfabetizados e em processo de alfabetização), gritava, de dez frases oito começavam com "eu quero...", fiz tantas ações autoritárias acreditando que era a única forma de "moldar" uma sala, mas moldar por quê?
Após o início deste curso comecei a parar para reflitir minhas ações, coisa que eu não fazia antes na rotina acelerada do dia-a-dia, eu pensava somente na próxima atividade ou mesmo na próxima página do livro e hoje percebo como tudo se torna mais fácil quando paramos, pensamos, ouvimos e aí falamos.

 
# Bibliografia
Vídeo-aula 19: Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?
Vídeo-aula 20: Violência e educação
Vídeo de apoio: Violência nas escolas (UNIVESP TV)

Escola = Gestora de conhecimentos (5ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Temas transversais e projetos
Semana 5 (03 à 09/10)

Projeto: Plano para a realização de um ato; desígnio, intenção.
(Dicionário aurélio)

Este tema vem sendo discutido nas duas últimas semanas e deixa muito claro a sua enorme relevância no mundo da educação. Trata-se de uma estratégia de trabalho que se faz necessária no contexto no qual se encontra as instituições escolares e as relações estabelecidas pelo mundo do século XXI.

Na segunda postagem deste blog fiz referência a esse assunto, o século XXI, e de quais mudanças ocorriam na educação desta nova época, hoje farei uma breve discussão de quais realidades encontramos nos dias de hoje e quais são suas interferências nas escolas.

A princípio é importante ressaltar que estamos na era da informação, fatos que ocorrem a milhares de quilomêtros chegam até nós em questão de segundos, isto é, o acesso a QUALQUER tipo de informação é fácil e, muitas vezes, irrestrito. Sem dúvida está aqui uma das funções do NOVO professor.

Isso mesmo, NOVO professor, aquele que tem o seu objetivo modificado, antes era "o que eu acho o que eu acredito" e agora "o que nós (professores, alunos, funcionários, coordenação) queremos o que nós achamos". Dentro desta nova visão, a orientação neste universo de informação faz parte também da função dos professores.

É necessário revisitar o passado para aprender e melhorar, mas não para viver daquilo que um dia foi bom, estamos em outro momento no qual estão surgindo muitas formas novas de educação (semi presencial, a distância), de relacionamento (amigos virtuais, namoros virtuais) e de informação (vídeos de anônimos reconhecidos por todo o mundo).



A estratégia de projetos pode auxiliar na relação com esta realidade complexa e moderna, as atividades iniciadas com o questionamento e participação dos alunos, como sujeitos ativos da aprendizagem, busca a interdisciplinaridade, que por sua vez é desenvolvida através do diálogo e do desenvolvimento em conjunto.

Na educação do século XXI  surgiram, a partir de práticas e de reflexões, algumas categorias a serem desenvolvidas nas escolas, são elas: cidadania, planetaridade, sustentabilidade, virtualidade, globalização, transdisciplinaridade, dialogicidade e dialeticidade.

Em suma, "a escola deixará de ser "lecionadora" para ser "gestora do conhecimento" (Gadotti).

# Vivência
Esta semana tenho duas experiências que acredito ser de extrema relevância para o assunto.
1ª) As novas gerações são filhas da era da informação e isso tem seu lado positivo (acesso fácil, grandes redes de comunicação, entre outros) e negativo. Cerca de um mês atrás fui a biblioteca do parque da juventude e me impressionei com a quantidade de adolescentes e crianças que estavam lá, mas ao mesmo tempo fiquei preocupada, porque, pelo que eu pude observar, a grande maioria estava utizando ou esperando para fazer o uso dos computadores com internet.
Saí com a seguinte pergunta na cabeça: Será que as bibliotecas iram virar lan house?
2ª) O uso de sites de relacionamento (orkut, facebook, twiter) são comuns na rotina e no cotidiano de boa parte das pessoas, e com os adolescentes e as crianças não é diferente, mas vivo um grande debate na equipe em que trabalho.
Alguns membros acreditam que essas práticas devem ser restringidas, porque os alunos não teriam a maturidade necessária para utilizar um serviço como este e que os professores deveriam ser o exemplo e não utilizá-los também; Outra parte acredita que o papel de uma equipe pedagógica é trabalhar estes assuntos e forncer orientação aos alunos. Acredito que estamos (equipe) sem uma posição clara e as ações são realizadas de forma aleatória a partir da ideia de cada profissional.
Tudo isso me faz pensar que todas essas práticas são reais, concretas e palpáveis, mas o caminho para sua concretização ainda é longo...

# Bibliografia
Vídeo-aula 17: Pedagogia de projetos
Vídeo-aula 18: Educação integral
GADOTTI, Moacir. Desafios para a era do conhecimento. Coleção Memória da Pedagogia, revista Viver Mente & Cérebro.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Somos seres complexos (4ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 4 (26 à 02/10)



O sujeito que lidamos no nosso dia-a-dia é complexo, na verdade todos nós somos complexos, como um quebra cabeça que encontra e perde peça todos os dias.

O pscicológico de um ser humano possui referências conscientes e não-conscientes, além da relação estabelecida com o meio aonde se vive, o mundo com coisas físicas, culturais e os relacionamentos com o outro. A apartir disso, pode se afirmar que não é possível analisar o ser humano por apenas um item ou um conceito, por exemplo: "Aquele aluno é agressivo porque os pais são separados", na verdade este aluno está inserido dentro de um contexto muito maior bombardeado de informações e influências.

É por isso, também, que a Profª Viviane Pinheiro trata da importância de trabalhar a afetividade na escola, até porque todas as relações que ocorrem são pólos de conhecimento e de aprendizagem.
Ela se baseia em Piaget, afirmando que afetividade é a motivação (= gasolina) e a cognição é o desenvolvimento (=motor), dentro desta metáfora podemos dizer que a gasolina não interfere no motor, mas é a motivação para que ele ande. Sendo assim, a afetividade é tão importante quanto a cognição, daí a importância de não minimizar os vínculos afetivos sejam eles positivos ou negativos.







Alunos e professores são humanos, assim como os erros, será que não está na hora de trabalharmos os motivos...


# Vivência
Por várias vezes critíco a agitação dos alunos, peço que eles se retirem (QUE ABSURDO!) da sala, mas nos dias em que eu estou cansada, impaciente ou nervosa, eles são "obrigados" a me escutar.
Esta semana eu escutei a seguinte frase de um aluno de 6 anos: "Tia você está bem... aconteceu alguma coisa... estou te achando nervosa!"
Como pude por muitas vezes não ter a sensibilidade de entender que eles são HUMANOS.

# Bibliografia
Vídeo-aula 15: Dimensões constitutivas do sujeito psicológico
Vídeo-aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva
ARANTES, Valéria Amorim. Afetividade na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 2003.

E novamente às teias (4ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Temas transversais e projetos
Semana 4 (26 à 02/10)

Nesta semana o profº Nilson José Machado, trabalhou algumas ideias relevantes, tendo em vista o olhar que é dado a elas.

- Rede: sentido metafórico, como conhecimento => associações de várias imagens com as ações. Sendo assim, o planejamento realizado em cima de uma grande teia, saindo da "disciplinarização".

- Cadeia: "desencadeando", isso quer dizer organização e planejamento são ligados formando uma grande cadeia. Saindo, mas não eliminando, as ideias originadas do discurso do método de Descartes => simplificação




- Balde: o aluno é um balde que devemos encher de conhecimento=> frases utilizadas por educadores: "os alunos têm nível baixo"


Tendo em vista as ideias acima mencionadas e os conteúdos já trabalhados nesta disciplina, se torna evidente que a escola precisa ser reformada, não se trata de jogar fora o encadeamento ou outros métodos ditos "tradicionais", mas sim utilizá-los em cima de uma rede, pois estas são ricas em conteúdo e relações. Além disso, não possuem um centro no qual tudo se liga, sendo assim, são:

- Livres: você não está preso a um único centro.

- Atualizadas: os conceitos se transformam, trazendo as atualizações.

- Transversais: ligam os conteúdos, ainda divididos em disciplinas.
Pode se inserir, também, dentro deste contexto os projetos, já trabalhados anteriormente com o Profº Ulisses Araújo, que são as ações conscientes saídas das ilusões transformadas em metas e organizadas em projeções.





Precisamos parar de olhar para o passado e entender que somos parte do presente, do século XXI, da modernização e das mudanças que o tempo causa a qualquer coisa ou ser humano. A ilusão é necessária sim para o pensamento do futuro, mas também se faz necessário transformá-las em metas e ações, a partir das inúmeras alternativas apresentadas a quem se interessa. Não se trata de uma tarefa FÁCIL, mas sim de uma tarefa POSSÍVEL.




# Vivência
Durante um ano letivo inteiro critiquei intensamente uma educadora, pelo fato da turma não apresentar o "nível" (QUE ABSURDO!) esperado e exigido para aquela "série", no ano seguinte depois de errar grosseiramente na alfabetização deles percebi que olhei demais para trás, pois se tivesse me dedicado exclusivamente para os meus alunos, trabalhando em conjunto e vendo as suas reais dificuldades e não culpado o trabalho de terceiros, o resultado teria sido muito melhor, tenho certeza disso pois foi o que fiz este ano... no PRESENTE, a partir do momento em que olhei o PASSADO como forma de aprendizagem.

# Bibliografia
Vídeo-aula 13: Conhecimento em rede
Vídeo-aula 14: Projetos
Excertos de Nilson José Machado:
- Papel do professor: invariantes
- O professor como tecelão de significações
- Planejamento/Projeto
- O futuro e a ilusão
- Mil toques e uma ideia

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Comunidade = protagonismo juvenil (3ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 3 (19 à 25/09)

" (...) a educação ética e moral deve ajudar a analisar criticamente a realidade cotidiana e as normas sócio-morais vigientes, de modo que contribua para idealizar formas mais justas e adequadas de convivência."
Para desenvolver esse tipo de educação há sim, a necessidade, do envolvimento com a realidade e, consequentemente, o "interesse" pela comunidade, isso quer dizer, que se torna inviável o desenvolvimento da ética e da moral se não forem trabalhados os problemas sofridos pela comunidade do em torno escolar, para que, assim, estes estudos possam viabilizar ações mais justas a convivência social.

O Profº Ulisses Araújo, mais uma vez, contribui com as suas pesquisas pautadas nos conceitos trabalhados até agora, esta semana sua "exposição" foi referente a um projeto desenvolvido numa escola da zona norte de São Paulo, buscando a articulação entre escola e comunidade, a partir das seguintes ações:

1) Gestão por meio de um Fórum escolar de ética e cidadania: toda comunidade escolar (de "dentro" ou de "fora" da escola) participa deste fórum, tendo como objetivo o papel de articulador dos assuntos da comunidade escolar.

2) Para "fora" da escola - educação comunitária: trabalhar os problemas da comunidade com a comunidade.

3) Para "dentro" da escola - currículo e cidadania: trazer os problemas para a escola e assim distribuir as disciplinas, isto é, trabalhar um Projeto Interdisciplinar/Transdisciplinar.

4) Protagonismo juvenil: mudança do papel do professor, de detentor do conhecimento a orientador, sendo assim, o aluno passa a ser ativo e participante do processo de aprendizagem.

Um exemplo interessante, apesar de ser feito por outra instituição (e não diretamente pela escola), é o Projeto Comunidade Educativa - Bunge, que visa trabalhar a sustentabilidade nas escolas a partir do olhar para a sua comunidade, respeitando sua cultura e suas características, veja mais no link abaixo:



 
# Vivência
Tive a oportunidade de trabalhar numa escola com bastante prestígio, uma infra estrutura invejável, além de grandes profissionais, o que chamava muita atenção é que a escola fica "dentro" de um bairro de classe média baixa e a instituição era de classe alta.
O colégio fazia poucos trabalhos com a sua comunidade, alguns que tive contato eram de assistencialismo (doações, etc.), mas nunca ouvi ou vi discussões sobre os problemas daquela comunidade, como tota a escola o foco era mais o vestibular e trabalhos ricos como este acabam ficando de lado.

# Bibliografia
Vídeo-aula 11: Perspectiva atuais das pesquisas em psicologia moral
Vídeo-aula 12: Perspectivas atuais da educação em valores
ARAUJO, Ulisses F. Educação Comunitário e a Construção de Valores de Democracia e Cidadania. Projeto pedagógico.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Aprender a ler o mundo (3ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Temas transversais e projetos
Semana 3 (19 à 25/09)

" A gente vem para escola para aprender a ler o mundo (...)"
Nilson José Machado

O Profº Luis Carlos de Menezes, do Instituto de Física da USP, deixa bem claro que é necessário o aprendizado das linguagens e dos conhecimentos científicos, mas ressalta ainda mais a importância de promover incertezas, para que os novos conhecimentos e técnicas ampliem a informação e a produção.

A vida é feita de acaso e necessidade, mudando, constantemente, as visões do mundo e da sociedade. Sendo assim, controlar não elimina o imprevisível e tratar a escola como um molde criado há séculos atrás não preenche o que a vida realmente é para os alunos.

A partir dessas ideias e munidos do "diálogo" entre Rene Descartes e Edgar Morin, no qual o primeiro disserta sobre a "teoria da simplificação" tratando o que hoje vemos, também, como "disciplinarização", em quanto o segundo critica vigorosamente tal teoria, por julgar que impede o conhecimento complexo, torna-se evidente a necessidade da transformação da escola.


Será que não é isso que as crianças estão sentindo...



# Vivência
Os projetos pedagógicos me pareceram muito pertinentes, diante da visão estudada, e isso me leva até a última reunião em que participei.
Dentro dos vários assuntos tratados: alunos com dificuldade, tema para a semana da criança, entre outros. Foi levantado por várias vezes a questão da sexualidade dos adolescentes, conceito este que aqui se refere a namoros, paqueras, desinteresse escolar ocasionada por esta fase, etc.
Na hora, pensei em um projeto transversal que abordasse esse tema, para que em conjunto com os alunos pudessemos traçar os melhores caminhos para essa fase tão comum a todos os adolescentes, mas no calor das discussões percebi que as minhas ideias eram "irreais", pois a grande maioria acreditava que o melhor a se fazer é punir e investigar a vida dos alunos para que eles não saiam da "linha".
Percebi que o trabalho é muito maior, já que muitas vezes os educadores (incluo aqui, eu mesma antes deste curso) não tem conhecimento teórico e prático do que é o trabalho com projetos e das suas possíveis ações transformadoras.


# Bibliografia
Vídeo-aula 9: Ciência e educação
Vídeo-aula 10: Interdisciplinaridade e transversalidade na educação
Vídeo de apoio: Luis Carlos Menezes - Aprender com o imponderável (TV UNIVESP)
MENEZES, Luiz Carlos de. Rever o quê, mudar por quê. Projeto pedagógico.

Ética X Moral (2ª semana)

Unidade 1 - Interdisciplinaridade, transversalidade e construção de valores
Disciplina: Educação e construção de valores
Semana 2 (12 à 18/09)

Ética: comportamento escolhido; adesão voluntária a um conjunto de regras de ação.

Moral: formas de agir socialmente recomendadas; externas à opção individual.

Tais conceitos só comprovam as ideias trabalhadas por Carlota Boto e Ulisses Araújo esta semana. Afirmando que alguns valores construídos individualmente, através de trocas afetivas que o sujeito realiza com o exterior, formando assim, a "sua ética", nem sempre é um valor moral para a sociedade.

Mais do que isso, os sujeitos possuem valores periféricos e centrais, ou seja, algumas pessoas podem ter como valor central a responsabilidade e como perifético a honestidade, sendo assim, esse sujeito pode realizar algumas ações "imorais" que não lhe causam qualquer mau estar, pois não se trata de um valor central.

Exemplo:







Nessa fugura nota-se que a mulher está pegando algo escondido, muitas vezes nos perguntamos como algumas pessoas conseguem fazer isso sem "peso na consciência", provavelmente a honestidade não é um valor central na sua formação ética individual.






Já neste exemplo podemos ver que a solidariedade pode ser um valor central das crianças em questão.






Os focos centrais são relativos a cada ser humano, além de serem multáveis, e é aqui que entra o papel da escola na formação da ética e dos valores dos alunos, buscando discutir e realizar projetos, que visem trabalhar estes temas.


# Vivência
Ao assistir essas vídeo-aulas e ler aos textos de apoio, fiquei chateada comigo mesma, pois me dei conta, que tenho no mínimo três reuniões de 4 horas para decidir o tema da Festa de Dia das Mães, mas não tenho se quer uma reunião para a discussão de temas que desenvolvam os valores e a ética dos alunos, pois isso, dizem, ser uma função individual de cada professor...
Definitivamente NÃO!!


# Bibliografia
Vídeo-aula 7: Educação e ética
Vídeo-aula 8: A construção psicológica dos valores
ARAÚJO, Ulisses F. A construção social e psicológica dos valores. Summus Editorial, 2007.
BOTO, Carlota. A civilização escolar como projeto político e pedagógico da modernidade: cultura em classes, por escrito. Cad. Cedes, Campinas, dezembro 2003.