terça-feira, 20 de dezembro de 2011

TDAH, Retardo mental e Autismo (3ª semana)

Unidade 2 - Educação comunitária, saúde e cidadania
Disciplina: Saúde na escola
Semana 3 (06 à 12/11)


Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)


Trata-se de um transtorno comportamental e neurológico, de causas genéticas e ambientais, que aparece na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a sua vida. Tem como principais sintomas: alteração nas habilidades linguísticas, falta de noção de espaço, dificuldade de reconhecer símbolos gráficos, dificuldade para ficarem sentados e prestarem atenção, pouca coordenação motora (desajeitados) e dificuldade para terminar tarefas.

É ainda, caracterizado por uma tríade sintomatológica, desatenção, hiperatividade e impulsividade, que acarreta prejuízos ao desempenho acadêmico e social. Além disso, possui 3 tipos específicos do transtorno:

- Predominantemente desatento: maior frequência no sexo feminino, ocasiona prejuízo acadêmico, além de serem crianças desorganizadas, distraídas e desatentas com nível baixo de sociabilidade.
- Predominantemente hiperativo - impulsivo: são crianças mais agressivas com altas taxas de rejeição.
- Combinado dos outros dois tipos: prejuízo global (social, acadêmico, etc.), sendo rejeitadas pelos colegas.

A causa deste transtorno é multifatorial, ou seja, ocasionada por motivos genéticos, biológicos, psicossociais, entre outros. Suas principais consequências são: baixo rendimento, baixo auto-estima, dificuldade de relacionamento, nos adultos abuso de drogas e álcool, entre outros.

O tratamento deve ser multidisciplinar e específico para cada caso, fazendo uso de medicações, de psicoterapia e do envolvimento da família e da escola. Este último item deve ser enfatizado, já que boa parte dos profissionais desta área tem contato com casos como esses e muitas vezes não sabem como lidar. Na verdade, a escola não deve dar um diagnóstico sozinha, mas sim em conjunto com profissionais da área da saúde, para que juntos e contando, ainda, com a família possam encontrar caminhos de ajudar e melhorar a vida do aluno/paciente/filho.

Retardo mental

Trata-se de pessoas que tem habilidades intelectuais abaixo da média, início do déficit antes dos 18 anos. Suas principais consequências são: comunicação, interação, coordenação, cuidados pessoais e desenvolvimento da vida acadêmica. Há três tipos dessa deficiência:

- Leve: tem atrasos na linguagem, mas consegue se comunicar. Possui independência nos cuidados pessoais. Consegue estudar chegando ao Ensino Médio, além de conseguir independência na vida adulta.
- Moderado: dificuldade na compreensão e no uso da linguagem, e na coordenação. Tem, ainda, dependência para cuidados pessoais e tem um melhor desenvolvimento nas atividades individuais.
- Grave: grau maior de prejuízo intelectual, funcional e motor, ocasionado por alguma má formação ou lesão cerebral, precisando de auxílio o resto da vida, se saindo melhor em ensinos que prezam a independência pessoal.

O trabalho da escola nestes casos é desenvolver um trabalho que promova o maior número de estímulos possíveis, sempre contando com a equipe pedagógica, com especialistas na área da saúde e com a família, buscar este elo é fundamental para o desenvolvimento do aluno.

Autismo

Trata-se de um transtorno invasivo do desenvolvimento, que tem prejuízos na interação social, atrasos no desenvolvimento da linguagem e comportamento esteriotipado e repetitivo. Suas principais características são:

- Identificação apenas com 2 anos e meio de idade: o filho não fala, resiste aos cuidados paternos e não interage;
- Nos bebês: déficit do comportamento social, evitam contato visual, sem interesse na voz humana, indiferentes ao afeto;
- Crianças: não seguem os pais pela casa, não tem interesse em brincar com outras crianças;
- Interesse por brincadeiras esteriotipadas, como: lamber, cheirar, bater palmas, levar o corpo para frente e para trás;
- Fascinação por luzes, sons e movimentos;
- Incomoda-se com mudanças na sua rotina diária;
- Inteligência e linguagem comprometidas.

O tratamento é individualizado, mas deve ocorrer uma intervenção conjunta entre uma educação especial (não se trata de escola especial), orientação dos pais, terapia, treino de habilidades sociais e medicações. É importante ressaltar que o professor não pode trazer para si toda a responsabilidade de um tratamento tão complexo, mas deve buscar otimizar e auxiliar o mesmo.




# Vivência
Tive a oportunidade de conviver com alunos portadores dos três tipos de transtornos apresentados nesta semana. Foi, sem dúvida, muito enriquecedor para minha vida pessoal e profissional, mas também foi muito difícil.
Gostaria de ressaltar aqui, pontos que se melhorados dariam condições melhores de trabalho para os professor, para o aluno e para os familiares.

1) A grande quantidade de alunos somada a três tipos diferentes de inclusão, todos na faixa etária de alfabetização, torna o processo de desenvolvimento muito difícil, pois o professor não consegue dar a atenção necessária que o aluno precisa. => SUGESTÃO: ter auxiliares para dar atenção maior aos alunos.

2) A falta de diagnóstico específico da área da saúde, faz com que não se saiba exatamente as necessidades que o aluno tem, fazendo, ainda, com que as ações sejam tomadas apenas pelo senso comum. => SUGESTÃO: ter dentro do corpo pedagógico do colégio ao menos um especialista da área da saúde, para diagnosticar as especificidades dos alunos em conjunto com os professores.

3) A falta de reuniões periódicas com os familiares, deixando a sensação de que basta não fazer barulho que está tudo bem, não havendo a necessidade de um trabalho em conjunto dentro e fora da escola. => SUGESTÃO: reuniões periódicas para troca de informação.

4) A falta de incentivo a capacitação, é extremamente necessário buscar especializações que forneçam sugestões e novos caminhos para a inclusão. => SUGESTÃO: ter cursos constantes que abordem as necessidades da escola, dos professores e dos alunos.

Tudo isso, não fará do trabalho de inclusão algo fácil, mas irá ajudar os profissionais da educação a lidar com tudo de forma mais clara e calma.

# Bibliografia
Vídeo-aula 11: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
Vídeo-aula 12: Retardo mental e autismo
Associação Brasileira do Déficit de Atenção: http://www.tdah.org.br/
Instituto Paulista do Déficit de Atenção: http://www.dda-deficitdeatencao.com.br/tdah/
Artigo: Deficiência mental e autismo na escola
Disponível em: http://www.indianopolis.com.br/si/site/1151?idioma=portugues
Texto: Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462006000500002&script=sci_arttext&tlng=en/fulltext

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